Reflexões sobre Vestida Para Matar, minha saída do X e a maneira como as redes sociais incentivam a ausência de moderação emocional e senso crítico, inviabilizando boas discussões sobre arte.
Realmente. Foi uma dificuldade no pré-Oscar "defender" Emília Perez como um filme interessante e que não era aquilo que o Tiktok estava tentando fazer dele. E isso no Instagram e entre meus amigos...
Obrigado por compartilhar esses pensamentos. É uma discussão muito válida e profunda, acredito que tu estejas certa em não ter uma resposta, mas principalmente inquieta o suficiente por ainda se fazer as perguntas. Eu não sou absolutamente ninguém no meio, mas tenho a mesma sensação de que realmente não existe debate e nem conversa sobre os filmes. O que há é uma constante exposição coletiva de definições que sobrepõem umas as outras, onde a concordância gera a satisfação do aceitamento de um coletivo, enquanto a discordância gera o oposto. É difícil, mas mais importante do que encontrar uma resposta é pensarmos sobre o tema e fazer essas reflexões.
Lembrei de quando Mourlet, em 1959, escreveu: "Uma falha de exigência incita outros a povoar (...) panteão [do Cinema] em cinqüenta anos de uma centena de gênios, e a descobrir uma obra importante por semana".
"Filmtt" é muito mais "tt" do que "film"; é sobre rotular e enlatar obras; etiquetar e achatar suas dimensões até que fique com a profundidade de uma bandeira, para ser desfilada por aí em uma sinalização performática de virtude. Nunca foi sobre filme, e sim sobre discurso e, no máximo, sobre a identidade de quem vê filme.
Vejo que cada vez mais pessoas abandonam aquele espaço de "discussão" (eu incluso), nenhum comentário sobre arte deveria se limitar a 280 caracteres.
Realmente. Foi uma dificuldade no pré-Oscar "defender" Emília Perez como um filme interessante e que não era aquilo que o Tiktok estava tentando fazer dele. E isso no Instagram e entre meus amigos...
Obrigado por compartilhar esses pensamentos. É uma discussão muito válida e profunda, acredito que tu estejas certa em não ter uma resposta, mas principalmente inquieta o suficiente por ainda se fazer as perguntas. Eu não sou absolutamente ninguém no meio, mas tenho a mesma sensação de que realmente não existe debate e nem conversa sobre os filmes. O que há é uma constante exposição coletiva de definições que sobrepõem umas as outras, onde a concordância gera a satisfação do aceitamento de um coletivo, enquanto a discordância gera o oposto. É difícil, mas mais importante do que encontrar uma resposta é pensarmos sobre o tema e fazer essas reflexões.
Ótimo texto, Fabi!
Lembrei de quando Mourlet, em 1959, escreveu: "Uma falha de exigência incita outros a povoar (...) panteão [do Cinema] em cinqüenta anos de uma centena de gênios, e a descobrir uma obra importante por semana".
"Filmtt" é muito mais "tt" do que "film"; é sobre rotular e enlatar obras; etiquetar e achatar suas dimensões até que fique com a profundidade de uma bandeira, para ser desfilada por aí em uma sinalização performática de virtude. Nunca foi sobre filme, e sim sobre discurso e, no máximo, sobre a identidade de quem vê filme.
Vejo que cada vez mais pessoas abandonam aquele espaço de "discussão" (eu incluso), nenhum comentário sobre arte deveria se limitar a 280 caracteres.